Documental De Família
Caxias do Sul/RS
ENSAIO DE FAMÍLIA EM CAXIAS DO SUL I Família Carbonera Godoy
Foi um final de semana atípico para o inverno gaúcho. Ainda mais se tratando de Caxias do Sul/RS. Eu moro na cidade de São Leopoldo, cerca de 100km de Caxias do Sul, e posso dizer que de frio, eu entendo! #sqn
Eu, todo agasalhado e levando roupas pesadas, e aí, o que acontece? Vem aquele calorzinho, sabe?
Coisa de louco isso!!!
A minha chegada na casa da Família Carbonera Godoy aconteceu na sexta-feira, um dia antes da data marcada. E assim decidi fazer, porque a Nicole não sabia quem eu era. E por não me conhecerem direito, as crianças ficam desconfiadas e um pouco incomodadas. O máximo que elas sabem é que “um tal de tio Gus" vai chegar.
E quando chego, preciso conquistar a confiança delas. Dependendo do caso, isso leva um certo tempo. Mas com a Nicole foi beeeeem tranquilo.
Quando cheguei, ela ficou um pouco tímida, mas logo foi conversando comigo, mostrando sua roupa e seu chapeuzinho de caipira, pois tinha festinha de São João na escolinha. Uma figurinha!
Nesse trabalho, a proposta é fotografar a rotina da família. E algumas pessoas já me perguntaram qual é “a graça” em fotografar rotinas, pois elas não oferecem nada de mais! Afinal, é somente rotina!
Minha resposta é simples: o que eu busco e desejo mostrar com o meu trabalho é que no meio dessa “rotina” tem muito amor. E pelo fato de a rotina não ser notada, por ser tachada de "sem graça", esse amor todo passa despercebido. Consegue entender?
Para explicar um pouco sobre como esse trabalho me conquistou tanto, eu comecei a perceber que a fotografia de casamento tinha que entrar antes do que a fotografia de família na minha vida. E foi assim que ela aconteceu. Eu procurei dentro desse trabalho a consistência que um fotografo de casamento tem que ter ao fotografar um casamento. Ele tem que entregar uma história para aquela família. E, hoje, eu não consigo fazer nenhum tipo de trabalho com uma família, mesmo que seja com uma sessão de fotos, sem pensar em contar a história de quem são eles.
Ah, eu amo e continuo fotografando casamentos, tá?
E para que isso acontecesse, eu precisei sentir exatamente o que as pessoas estavam sentindo naquele momento específico. Comecei a enxergar as reações, os gestos… porque, hoje, a minha linguagem mudou, a forma como eu enxergo a minha fotografia e a mensagem que eu quero passar é bem diferente.
Por mais que eu esteja dentro do lar de determinada família, o que eu desejo entregar através da fotografia são momentos únicos vividos por eles.
Eu quero estar na sala não simplesmente para fotografar a criança, mas para conseguir registrar o carinho que a mãe e/ou o pai tem com seu filho quando olha para ele. Sabe aquela foto simples? De um olhar, um abraço…
Uma vez li uma frase, não lembro do autor, mas me marcou muito: “O papel da fotografia documental de família vai muito além de uma simples estética perfeita."
E é bem isso! Ela conta uma história, ela traz a verdade, ela traz a essência da família que passa a ter cada vez mais importância com o passar do tempo!
E o que antes era rotina, vira saudade! E que bom que o registro feito através da fotografia consegue "matar" um pouco dessa saudade, consegue reavivar lembranças, colocar um sorriso no rosto, um brilho no olhar e calor no coração.
Fotografar o Lelo, a Pretinha, o Beto e o Fred (cachorrinho da vizinha ladrão de comida) foi demais.
E eu como sou gateiro e cachorreiro, estava me achando! :)
Obrigado Jonas, Simone e Nicole por me proporcionarem essa experiência incrível ao lado de vocês.
Espero que gostem.
Um beijo no coração de todos vocês \o